Uma discussão centrada no ensino secundário poderá aclarar diversos percursos. Destaco apenas dois: o caminho desejado e o caminho oferecido. Ouço todos os dias, deste ou daquele colega, que de nada vale questionar o sistema de ensino reflectindo e projectando o seu futuro. Porque esse advir é delineado em gabinetes surdos e cegos, de nada servirá contestar as soluções, propor alternativas, querer intervir na sua construção. Se a crítica, a participação e a reivindicação não suscitam mudanças no sistema educativo, não será pelo conformismo, apatia, acriticismo e pela revolta silenciada que a escola se transformará. Por outro lado, animemo-nos, dentro desses gabinetes moram inquilinos a prazo, direi com mais rigor, de prazo curto.
É nesta medida que lanço o meu repto. Talvez produza algum eco, da escola ou nas escolas, básicas e não básicas. Retomo uma questão que serviu de guia ao colega José Matias Alves numa incursão à crise do ensino secundário. Uma crise que deve ser compreendida à luz das mudanças pós-modernas (Hargreaves)que conduziram à perda gradual de sentido e à ruína do actual modelo escolar.
Qual o sentido, finalidades e funções do ensino secundário? Estará condenado a servir de antecâmara do ensino superior? Será este o destino que lhe querem conferir? Não será possível olhar o ensino secundário tendo como quadro de referência as necessidades dos alunos? A partir do momento em que deixarmos de considerar o ensino secundário como um ensino de elites, ele abandonará as suas contradições e superará os seus dilemas: selectividade/democraticidade; obrigatório/facultativo; condição de acesso ao ensino superior/não condição de acesso ao ensino superior; uniformidade/diversidade; etc.
. Outro Olhar... só no blog...
. Exemplos que (nada) valem...
. Outros olhares... a mesma...
. E esta?