Segunda-feira, 5 de Abril de 2004
Estaremos todos a viver, numa sala de um escola qualquer, uma fase angustiante do trabalho docente – o momento das avaliações. Interessante, sem dúvida, o post do
Manuel já que enuncia uma série de questões que nos ocupam, invariavelmente, nestas ocasiões. Pretender avaliar alunos sem mergulharmos num processo de auto-reflexão seria deplorável. Nesta meta-análise, o sentimento de culpa e a noção de responsabilidade tornam-se inacessÃveis sem liberdade. A proletarização do trabalho docente parece restringir a liberdade e a autonomia do professor, desresponsabilizando-o e dissipando, perversamente, o sentimento de culpa.
Será este o caminho que queremos percorrer?
Concordo com o Manuel Cabeça: isto é tudo muito complicado - eu fico sempre doente, a minha úlcera duodenal começa a doer, a cabeça parece querer explodir e depois entro numa de crise de choro que ...só vendo! E ficam-me dúvidas, e vou atrás...ver no que terei falhado, ver o que poderia ter feito mais, ou como poderia ter feito de forma diferente...Poucas são as pessoas que me compreendem quando atravesso estas fases! Há 19 anos que estou no ensino e é sempre a mesma coisa:deplorável! Fico um farrapo!(passe a metáfora)
Tento ler, saber dos sistemas educativos de outros paÃses com elevado sucesso (como a Finlândia, pexemplo); matriculei-me numa pós graduação para aprender mais sobre tudo isto, que é, afinal, mais do que a minha profissão, a minha vida!Opteip por já há 4 anos dar a maior parte das minhas aulas à noite, ao recorrente - aqui sim, é diferente; não há tanta tensão! Mas, e não sei se me estou a repetir, a Inspecção, desde Janeiro "está para vir" - ainda não veio(ver o recorrente): só pode ser uma estratégia de desgaste psicológico:como assessora do Recorrente é sobre mim que vão andar que nem cães! Porra, se é para vir, venham...mas não me façam andar com medo da própria sombra a sonhar com legislação que nunca saÃu, senão nos meus pesadelos...Alguém me acuda, porque eu estou a dar em doida!(desculpem lá o desabafo,) e se algum Sr. Inspector ler isto, peço imensa desculpa, mas coloque-se no meu lugar e vai ver que até o perÃodo menstrual lhe vem ( coisas que acontecem e que a natureza não prevê...ora...exactamente)
Abraço
WB
Considero determinante, num momento de re-pensamento da profissão docente, criarmos a nossa profissionalidade, mais do que ela ser imposta pelo exterior.
Este o processo mais determinante, para a qual o papel dos blogues pode ser imprescindÃvel.
Este teu blogue é-o, pelo menos.
Comentar post