Terça-feira, 22 de Junho de 2004
Considero que a questão suscitada na entrada anterior merece uma atenção redobrada num quadro em que o ensino secundário passa a ser obrigatório.
O ensino secundário esteve desde sempre marcado por uma mentalidade elitista manifestada nas concepções dos professores, na especificidade dos currículos e numa imagem social deste nível de ensino que funciona como uma antecâmara do ensino superior.
No momento em que a educação secundária passa a ser obrigatória passa a ser uma educação geral, isto significa que é válida para todos. É dizer ao aluno que o objectivo é enriquecê-lo a partir do ponto em que se encontra e do qual se parte.
As críticas incidirão sobre a eventual perda de qualidade do ensino e as resistências sobre a eliminação do elitismo social promoverão, na minha perspectiva, vias paralelas que satisfaçam a normalização e homogeneização académica e social.
Sendo o ensino secundário a porta de entrada para o ensino superior como é que se pode conciliar a educação geral com a especificidade curricular e a exigência de um nível propedêutico?