Sexta-feira, 4 de Junho de 2004
Numa entrada mais em baixo aflorei um dos dilemas do ensino secundário. Ele é encarado como uma antecâmara do ensino superior e do mercado de trabalho ao mesmo tempo que é organizado assumindo uma natureza terminal.
Será que o ensino secundário pode esquecer o presente em nome de uma causa académica ou profissional incerta?
Será possível discutir e pensar o ensino secundário desligando-o do seu quadro de referência que é o aluno? Não serão as necessidades do aluno e o seu desenvolvimento pessoal que determinam o sentido da Escola? Não consideram essencial que a articulação entre os diversos ciclos seja sequencial e progressiva? Na verdade, o que nos diz a realidade é que a organização de todo o sistema de ensino dá a primazia a uma sequencialidade regressiva. Esta perversão faz com que estejamos preocupados com o aluno virtual, com o aluno tipo, com o aluno médio, e esqueçamos o aluno concreto e situado. O grande problema deste aluno médio é a sua falta das bases (na óptica do professor, claro) e o ónus da culpa é transferido para o nível de ensino anterior.
Não posso deixar de convocar os colegas de todos os níveis de ensino para esta reflexão indeclinável.