Os discursos educativos encerram paradoxos. Uns serão assumidos e legitimados pelas dificuldades em lidar com a complexa diversidade das escolas concretas, outros serão disfarçados pela propaganda partidária de forma a ocultar, perversamente, a ideologia educativa. Os ataques à escola pública enquadram-se perfeitamente nesta tramóia e visa abrir o caminho às negociatas no sector educativo. O desporto escolar é um reflexo desta incursão neoliberal.
A partir de uma análise incisiva às orientações do desporto escolar reflectidas nos seus documentos orientadores e nos discursos oficiais é possível encontrar um conjunto de contradições que sintetizo nos seguintes pontos:
1. Uma escola inclusiva requer um desporto escolar inclusivo. O desenvolvimento do desporto escolar rejeita o modelo piramidal (elitista) como único referencial organizador da prática desportiva.
2. Uma escola inclusiva não pode negligenciar a excelência dos desempenhos. O desporto escolar inclusivo não pode organizar as práticas desportivas relegando os alunos com melhores níveis de prestação desportiva para o sistema desportivo federado.
Basta desviar o meu olhar do quadro extralectivo onde se desenvolve o Desporto Escolar para as áreas curriculares que sobra matéria para continuar com a reflexão.
Este é para já um primeiro ensaio para a discussão virtual que a
Sofia e o
Manuel decidiram apadrinhar nos seus blogues.