Confesso o meu gosto pela escrita de José Pacheco. Leio assiduamente a sua
página e os artigos de opinião no
Educare.No
aprendiz de utopias,Pacheco diz que
um exame é um mero instrumento de discriminação, de selecção arbitrária, até mesmo de exclusão escolar e social. Por ironia, na tradição académica, o "bom professor" é, frequentemente, o que consegue mais elevados índices de reprovação. É evidente a ingénua crueldade das vítimas da rigidez e do acriticismo. Os exames constituem-se, não raras vezes, em instrumentos de poder simbólico, álibis de profissionais irresponsáveis, acomodados, alienados, facilitistas. Palavras sábias.
Dirão os estimados leitores, com razão, que a disciplina que tenho o prazer de leccionar é diferente. Paradoxalmente, a marginalidade imposta à corporalidade na escola tem impedido que o falacioso rigor e exigência que supostamente transparecem dos exames e dos testes escritos faça a sua incursão por esta área disciplinar. Os mais incautos dirão que a educação física não avalia competências, não exige conhecimentos, não suscita a reflexão, não olha para os alunos e para as suas necessidades.
Como diria o meu amigo Miguel, será que olhamos para os exames como aquele carpinteiro que só tem um martelo como ferramenta e por isso, para ele, todos os problemas são vistos como
pregos?
De Miguel Sousa a 22 de Março de 2004 às 17:00
Sugiro que a reflexão acerca dos exames seja feita á luza das várias realidades, desde as disciplinares, passando pela progressão e avaliação ao decorrer do percurso escolar dos alunos. Acredito inclusive que é uma questão de mentalidades e muitos que os defendem não o fazem por uma questão failitadora, mas sim porque acreditam no poder da tradição....Confesso que os exames devem existir, apesar de terem que ser enquadrados noutra maneira e com pesos reequacionados
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