Segunda-feira, 5 de Janeiro de 2004

Colaboração e colegiabilidade

A colaboração e a colegialidade positiva tem sido apontada como promotoras do crescimento profissional e do desenvolvimento das escolas a partir de dentro, assim como formas de assegurar a implementação de mudanças introduzidas externamente (as reformas, por exemplo) (Hargreaves, 1998).

É consensual que a colaboração e as relações colegiais encerram proveitos no crescimento profissional dos professores com repercussões na melhoria das suas práticas. Contudo, este consenso gerado em redor do valor da colaboração e da colegialidade não impede a crítica. As dificuldades de implementação derivadas dos constrangimentos acerca do tempo para trabalhar em conjunto, a falta de uma cultura de cooperação de muitos professores e ainda um conjunto de críticas referentes ao seu significado, sintetizam na nossa perspectiva, as várias facetas destas críticas.

As discussões acerca das relações de colaboração e colegiabilidade têm sido feitas no âmbito de uma perspectiva cultural. Hargreaves (1998) destaca da literatura uma perspectiva menos representada na investigação, a perspectiva micro política. Segundo o autor, estas duas perspectivas destacam dois panoramas diferentes sobre a colegiabilidade e colaboração. A perspectiva cultural, “as culturas de colaboração exprimem e emergem de um processo de formação de consensos que é facilitado por uma gestão educativa largamente benevolente e competente. Na perspectiva micro política, tal colaboração e colegiabilidade resultam do exercício do poder organizacional por parte dos gestores que têm consciência da questão do controlo.”

É óbvio que se partirmos para a análise das nossas realidades, nas escolas situadas, adoptando uma ou outra perspectiva os resultados serão diferentes. Enquanto na primeira perspectiva existe um predomínio da ideia de consenso, a segunda perspectiva acentua as questões de poder e de controlo dando maior relevo às maneiras como alguns indivíduos e grupos conseguem concretizar os seus valores à custa dos outros. Situados na escola que nos recebe diariamente, olhamos à nossa volta e encontramos, com facilidade, matéria para prosseguir a reflexão.

publicado por Miguel Pinto às 17:35
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